O Brasil já é o maior polo de inovação da América Latina, com startups que movimentaram quase R$ 14 bilhões em 2024. Agora, um novo movimento ganha força: as deep techs – startups baseadas em ciência e engenharia voltadas a desafios globais como saúde, energia limpa e agronegócio.
Apesar do ecossistema brasileiro ser forte em soluções B2B e casos de sucesso como iFood, Caju e Loggi, a maioria das startups ainda não recebe investimento e poucas se internacionalizam. As deep techs surgem como oportunidade de salto, pois globalmente esse mercado deve alcançar US$ 200 bilhões em 2025 e já demonstra retornos superiores aos fundos de tecnologia tradicionais.
Oportunidades para o Brasil:
Políticas públicas: Novo Marco Legal das Startups, apoio de BNDES, Finep e Sebrae.
Universidades: USP, Unicamp e ITA lideram pesquisas – o país é 14º em produção científica.
Investimentos: capital paciente cresce, com R$ 1,5 bi investidos em 2024 (+20% vs 2023).
Talentos e parcerias: empresas como Petrobras e Raízen criam programas de inovação aberta.
Hubs de inovação: Cubo Itaú, Porto Digital e polos regionais aceleram a conexão com o mercado.
O Brasil já mapeou 875 deep techs, principalmente em biotecnologia, saúde e agronegócio, mas o setor enfrenta o “vale da morte” do P&D: 70% das iniciativas não passam da fase de protótipo por falta de financiamento e ambiente regulatório mais ágil.
Próximos passos para liderança global:
- Integrar ciência, empresas e governo em políticas estruturadas.
- Expandir o financiamento com recursos não reembolsáveis e modelos híbridos.
- Estimular a formação empreendedora de cientistas e a transferência de tecnologia.
- Qualificar talentos em áreas de ciência dura.
- Reduzir burocracia e alinhar regulações digitais.
Conclusão: O Brasil tem capital intelectual, biodiversidade, universidades fortes e hubs de inovação que o colocam em posição de destaque. Se superar os gargalos de financiamento e regulação, pode transformar as deep techs em vetor estratégico de desenvolvimento econômico e em referência global em inovação científica aplicada.